domingo, 24 de fevereiro de 2008

... eternizar a ilusão de um instante...

E como os blogs foram feitos para partilhar, aqui vos deixo um pequeno apontamento...
Há muito tempo que não participava num espectáculo do Orfeão Universitário do Porto. E a verdade é que, após 9 anos depois da minha primeira actuação, a entrega e a dedicação são as mesmas. Sentimentos estes agravados pela melancolia do já não ser estudante em pleno...
Ao som dos "Amores de estudante", uma lágrima resiste no canto do olho provocada uma enorme alegria interior e ao mesmo tempo uma nostalgia atroz... momentos únicos vividos dentro desta escola de vida que foi OUP para mim, saltam-me à memória e fazem-me questionar: porque é que o tempo não pára? Tento disfarçar, e simplesmente desfrutar do momento... No instante em que a capa esvoaça por cima de mim, penso: será este o meu último Adeus? O meu tempo de estudante em plenitude terminou, só o espírito permanece...
Tentei explicar a alguns amigos espanhois a tradição académica e a nobreza de participar activamente numa instituição de utilidade pública de divulgação da cultura portuguesa, mas acho que não consegui. Há algo indescritível nas actuações. A alegria, a dedicação e o brio daquilo que fazemos tornam cada espectáculo um momento único. Já tinha saudades disto!
Espero ao longo da minha vida conseguir manter esta jovialidade de espírito assim como muitos outros antigos orfeonistas, jovens de 70 e 80 anos, o mantém. São sem dúvida um exemplo a seguir!
Aproveito o mote para dar os parabéns aos que fazem ou fizeram parte do OUP pelas 96 primaveras a completar no próximo dia 6 de Março. A todos os que tornaram possível o OUP chegar aos nossos dias o meu muito obrigada!